O fim-de-semana prolongado da Páscoa dá sempre para
muitas pessoas se encontrarem depois de muito tempo sem se verem. É família,
amigos e antigos companheiros de escola, que se cruzam em cafés e noutros
locais públicos.
Dos temas de conversa, há um que é constante (situação
pessoal e profissional) e surgem as perguntas habituais, o que fazes, onde
trabalhas, estás casado, tens filhos, etc. mas a pergunta mais interessante é
quando se coloca a situação hipotética de um retorno à terra. E aí é que a
porca torce o rabo. As respostas mais frequentes são: fazer o quê; para quê;
para quem; não há mercado; não há pessoas; eu até gostava, mas…
Pois, o MAS é que estraga tudo, queixam-se que estão
sempre as mesmas pessoas nos lugares públicos, como em instituições públicas,
sociais, culturais, desportivas e/ou recreativas. E o mais irritante é que as
oportunidades estão sempre para os que já têm a vida estável, porque estão
reformados (do tempo das vacas gordas) ou porque têm “confiança política”.
Outra coisa que se nota na juventude adulta e “activa” é
que não estão crentes em nada, desculpando-se que aqui, em Resende, isto é
sempre para os mesmos.
A expressão “é sempre para os mesmos” é repetida
sistematicamente nas conversas entre resendenses. Porque será? Quem são estes
resendenses?
Esses resendenses que usam a dita expressão, citada
atrás, são eles desempregados ou trabalham fora do concelho mas com anseio de
voltar e contribuir com algo para Resende. E salienta-se que estes resendenses já
não são só os que trabalhavam na construção civil e que emigraram, são também
muitos licenciados jovens e outros mais velhos com valores e experiência
suficiente para contribuir para o concelho.
O repto que lançamos aqui é, acreditam que um dia Resende
pode ter a dinâmica que necessita para crescer a todos níveis, com pessoas à
frente dos organismos/instituições/empresas menos condicionadas por poderes “invisíveis”?
Será que um dia poderemos ter emprego sem estar
condicionados por pseudo-ideais políticos?
Um dia os jovens vão deixar de pensar que sem a famosa
cunha (em termos mais intelectuais – troca de influência ou troca de favor) vão
conseguir instalarem-se nas terras de Egas Moniz?
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